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Membranas para Regeneração na Odontologia

O que é uma membrana?

Anatomicamente a membranas para Regeneração na Odontologia é uma estrutura tecidual (ou material) fina, tipicamente plana, que separa dois ambientes. Também pode ser descrita como uma lâmina delgada, que forma o envoltório dos órgãos ou os atapeta: membrana mucosa, serosa, fibrosa.

Membranas para Regeneração Guiada

As membranas para regeneração guiada, são dispositivos artificiais introduzidos no organismo com o objetivo de se separar um tecido de outro. Portanto, são barreiras físicas que impedem o trânsito celular, isolando alguma região tecidual, com intuito terapêutico.

Independente de suas características físicas como porosidade, ou bioquímicas, como reabsorbilidade, as membranas têm, estritamente, a função de barreiras celulares. O que as diferencia são, a qualidade e a quantidade de isolamento que são capazes de fazer, segundo suas propriedades.

Então, classificar as membranas como barreiras ou não barreiras, é um equívoco semântico e fisiológico, pois esta é a função principal de qualquer membrana para regeneração guiada, seja ela qual for.
E, certamente, é importante a compreensão deste recurso técnico no processo de regeneração guiada tecidual, especialmente de regeneração óssea.

O que é Regeneração Guiada Tecidual?

Pode-se definir a regeneração guiada tecidual como um procedimento cirúrgico, no qual se faz a separação do tecido desejado, dos tecidos adjacentes indesejáveis, dando-lhe tempo para evoluir no processo regenerativo. Esta separação tecidual, como visto, é feita por meio destas membranas artificiais introduzidas entre eles, criando-se uma barreira à passagem das células do tecido indesejável. O objetivo, é permitir, no local a ser regenerado, somente a presença de células do tecido que se deseja regenerar.

No organismo, devido à função específica de cada tecido, cada um tem sua velocidade própria de diferenciação e migração celular. Esta diferença de velocidade regenerativa, faz com que sempre as células dos tecidos mais rápidos, ocupem primeiro os espaços lesados e os preencham, impedindo a ocupação de qualquer outro.

É o caso, por exemplo, dos tecidos, conjuntivo frouxo e epitelial que, sendo muito mais rápidos do que o tecido ósseo, ocupam os defeitos ocorridos neste último e não deixam ocorrer a sua neoformação completa. A introdução de barreiras físicas, através de membranas chamadas regenerativas, interpostas entre estes tecidos e o tecido ósseo, isolando-o, dá tempo a que este ocupe os espaços do defeito e se regenere.

Membranas regenerativas são barreiras à penetração celular, isolando os tecidos.

Como visto, dependendo das características e propriedades das membranas regenerativas, elas podem criar barreiras à penetração celular, com diferentes capacidades de isolamento.
Vale lembrar que o isolamento celular se refere também à penetração de células bacterianas, que perturbam e podem impedir o processo regenerativo.

Esta função de barreira celular ou isolamento celular das membranas pode ser dividido em isolamento direto – através da própria estrutura da membrana ou indireto – em sua periferia.

A qualidade do isolamento celular direto depende da estrutura física da membrana, quanto à sua de permeabilidade, que pode variar de totalmente permeável, semipermeável ou totalmente oclusiva, impedindo de forma diferente o acesso celular ao local.

O isolamento indireto ou periférico, depende de propriedades físicas como plasticidade, encruamento e resistência, aumentando ou diminuindo o efeito de barreira de isolamento que a membrana pode fazer.

Estas últimas propriedades podem alterar também a estabilidade e a imobilidade da membrana, um dos pontos básicos da osteogênese, que pode influenciar na diferenciação celular osteoblástica.

Manuseabilidade, Propriedades Físico-químicas e Pontos Cardeais

As propriedades das membranas podem alterar a sua manuseabilidade, isto é, a sua possibilidade ou facilidade de manuseio pelo cirurgião, o que também influência a técnica, com reflexos importantes nos resultados.
Desta forma, as características físico-químicas das membranas regenerativas, são importantes para impedir a migração celular indesejável, na execução da técnica e no alcance das referências fundamentais do processo regenerativo, os Pontos Cardeais da regeneração guiada.

Assim, certamente, suas propriedades podem influenciar, consideravelmente, nos resultados das regenerações guiadas.

Categorias de membranas para regeneração

Desta forma, o categoria de material escolhido das membranas, pode ser decisivo no sucesso da regeneração, devido ao conjunto de necessidades que exige o processo a ser guiado, dependente de suas propriedades.

As membranas regenerativas estão disponíveis no mercado com diferentes capacidades de isolamento tecidual e bacteriano, diferentes possibilidades de manuseio e de facilitar os pontos-chave do processo regenerativo. Algumas podem garantir resultados mais previsíveis, mais seguros, menos mórbidos e mais confiáveis.

A escolha do material das membranas é, portanto, muito importante.

Entre as membranas regenerativas mais comuns hoje, nas características citadas, estão as membranas de alumina, titânio, polipropileno, polietileno, entre outras.

Membranas de Colágeno

Apesar de que, em alguns casos, as membranas de colágeno sejam utilizadas com este fim, de barreira de isolamento celular, elas não são adequadas para esta função e suas indicações são outras.

Elas podem fazer a contenção de enxertos ósseos particulados, proteger enxertos em bloco, conter e estabilizar placas de PRF, fazer uma barreira para o fechamento de perfurações da membrana sinusal, etc., funções as quais elas têm ótimo desempenho. E ainda, muitas vezes, podem e devem atuar como coadjuvantes nas ROGs, juntamente com as membranas regenerativas que possuem as propriedades necessárias descritas.

Usá-las como barreira celular única em um procedimento de ROG, pode levar à perda de pontos importantes do processo regenerativo, e reduzir a confiabilidade e a previsibilidade do processo.

Como escolher a membrana ideal para regeneração

A membrana deve atender aos pontos citados e garantir maior previsibilidade nos procedimentos, dando ao cirurgião e ao seu paciente, a segurança que necessitam.

Ela deve ter um conjunto de propriedades, que permitam se atingir todos os requisitos necessários à regeneração e outros de importância clínica, no processo regenerativo, como plasticidade, encruamento, tratamento de superfície, histofilia e atração celular.
Quanto melhor o biomaterial, maiores as chances de bons resultados!

Referência:
Cruz M. Regeneração Guiada Tecidual. São Paulo: Editora Santos; 2006.

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