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Prevenção da periimplantite causada pela contaminação das conexões

As evidências mostram claramente que os espaços entre os componentes dos implantes servem de reservatório para os microorganismos da cavidade oral. As bactérias colonizam estes espaços e mantêm um fluxo constante de indivíduos e substâncias entre os ambientes internos e os externos, os tecidos ao redor dos implantes (Pia-Merete et al, 2014, Sasada & Cochrane, 2017, Koutouzis, 2019). (Fig.01).

Estas substâncias tóxicas liberadas nos tecidos periimplantares participam ativamente no processo inflamatório/infeccioso periimplantar (Koutouzis, 2019). (Fig. 02).

Fig.02– Lesões periimplantares, provavelmente causadas somente por microorganismos que colonizam o interior das conexões (Sasada & Cochrane, 2017; Koutouzis, 2019).  Não havia cálculos periimplantares e nem, tampouco, as reações imunes causariam a inflamação da mucosa, como na figura 02a (Albrektsson et al., 2014; Trindade et al., 2016; Albrektsson et al., 2020).

A eliminação desta condição clínica, pela eliminação destes espaços vazios, ocupando-os com o Proheal, pode reduzir consideravelmente ou totalmente a mucosite e a periimplantite, se for este o fator causal, ou coadjuvar nas outras situações (Koutouzis, 2019). (Fig.03).

Fig.03 – Proheal ocupando e eliminando os espaços vazios interconexões e impedindo a colonização bacteriana destes espaços.

O tempo de permanência de qualquer antisséptico dentro dos implantes ocupando os gaps, é importante. Inúmeros antissépticos têm ação eficaz no controle bacteriano imediato destes espaços, mas nenhum, exceto o Proheal, é capaz de manter essa ação por longo tempo (Cruz, 2002). (Fig.04).

Um estudo longitudinal mostrou a eficácia deste produto por cinco anos no interior dos implantes (Cruz, 2002) e testes clínicos comprovaram esta ação em torno do PP-parafuso de proteção por seis meses, no interior dos tecidos, durante o período de espera da osseointegracão (Silva et al., 2006; Carneiro et al., 2016). Casos clínicos esporádicos chegaram a evidenciá-la por até 16 anos (Fig.05), ao passo que a clorexidina, por exemplo, apesar de eficaz no momento da aplicação, só permanece ativa por, no máximo, 12 horas.

Fig.05 – Caso clínico. Após 16 anos de instalação dos implantes o paciente retornou. Ao remover o PP- parafuso de proteção o Proheal ainda estava presente, ocupando completamente os espaços. Não havia nenhum sinal de contaminação, como mau odor ou mucosite.

O que importa, nestes casos, é a eficácia do antisséptico ao longo do tempo. De nada adianta alta ação antisséptica, no local, por apenas algumas horas.

Assim, deve-se considerar também, não só a ação antisséptica direta, mas a ação de barreira física do produto, impedindo a ocupação do local e o fluxo bacteriano. Para alcançar este efeito, a aplicação do Proheal tem de ser adequada, fazendo o preenchimento completo dos “gaps”, conforme suas IUs.

O produto deve cobrir todo o ciclo do implante. Assim, ele deve ser aplicado desde a sua instalação, até às próteses finais.

O protocolo recomendado para o controle bacteriano dos espaços das interconexões, é utilizar o Proheal em todas as fases dos implantes, cirúrgica e protética. Inicia-se desde a instalação do implante, aplicando o produto no PP- parafuso de proteção (cover-screw), segue-se no cicatrizador e continua nas fases protéticas.

Nos cicatrizadores, além da área da conexão, aplicar também no corpo do cicatrizador (Fig.06). A presença do Proheal no corpo do cicatrizador, acelera a cicatrização gengival, devido à ação antifouling do produto, isto é, ação de anti-aderência de biofilme (Cruz, 2021).  Ver e-book: Proheal Antifouling.

Nas próteses cimentadas, aplicar nos pilares, inicialmente, e em todas às vezes que forem trocados ou retirados. Nas próteses parafusadas, aplicar nas conexões implante/pilar e dentro dos componentes dos pilares (Fig.07).

A aplicação do produto deve ser feita sempre nos componentes limpos e completamente secos, fora da boca. A quantidade do produto deve ser tal que haja sempre extravasamento do produto (Fig. 08), garantindo assim que todos os espaços internos sejam preenchidos. Mais detalhes, ver as Instruções de Uso do Proheal.  

Fig. 08 – Aplicação do Proheal no PP- parafuso de proteção, em quantidade suficiente para preencher todos os espaços internos da conexão e obter o extravasamento necessário para a confirmação do preenchimento dos gaps.

O Proheal pode ser aplicado também em superfícies externas, expostas ao meio bucal, como superfícies protéticas, parte externa do cicatrizador, fios de sutura, mock-ups, etc. Mas, nestes casos, o seu tempo de permanência é de, no máximo, 15 dias conforme avaliado em alguns estudos (Cruz et al., 2013; da Silva et al., 2019) (Fig.09). Em algumas superfícies como a dos cicatrizadores, de metal polido, ou em locais de intenso atrito e tempo é ainda menor.

Fig.09 – Aplicação no fio de sutura e nas coroas provisórias de resina.

Conclusão:

O controle microbiológico dos espaços nas interconexões dos implantes é importante para o controle das infecções periimplantares. O Proheal pode colaborar de forma eficaz neste controle evitando as agressões ao periimplante, pelas bactérias que colonizam estes espaços internos das conexões. O produto pode ser um grande coadjuvante também no controle de biofilme de superfícies expostas no meio bucal, pela sua ação antifouling, reduzindo as inflamações periimplantares e periodontais em torno das próteses provisórias de RAAP. Além disso, protege os fios de sutura, superfícies protéticas e mock-ups.

Referências

Albrektsson T, Dahlin C, Jemt T, Sennerby L, Turri A, Wennerberg A. Is marginal bone loss around oral implants the result of a provoked foreign body reaction? Clin Implant Dent Relat Res 2014;16(2):155-6.

Albrektsson T, Dahlin C, Reinedahl D, Tengvall P,Trindade R,Wennerberg A. An imbalance of the immune system instead of a disease behind marginal bone loss around oral implants: position paper. Int J Oral Maxillofac Implants 2020;35(3):495-502.

Carneiro CA, Wassall T, Cruz F, Cruz G, Cruz M. Eficácia de um agente cimentante e antisséptico no controle bacteriano nas conexões dos implantes. ImplantNewsPerio 2016(1)3:504-510.

Cruz M. Long-Term Assay of Iodoform Pomade in the Bacterial Control of the Inner Ambient of Dental Implants: A Randomized Clinical Trial. Clin Int J Oral Sci 2002;15(1):1-13.

Cruz F, Leite F, Cruz G, Cruz S, Reis J, Pierce M, Cruz M. Sutures Coated with Antiseptic Pomade to Prevent Bacterial Colonization: A Randomized Clinical Trial. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol 2013;116:e103-109.

Cruz M. Proheal Antifouling. 1ª ed. Juiz de Fora: BiomacMed, 2021. https://blog.biomacmed.com.br/wp-content/uploads/2021/04/E-book-Proheal_Antifouling.pdf

da Silva ACF, Paschoalino VESM, Bruno Juste Paschoalino BJ. Controle das condições periodontais em torno de coroas temporárias com o antisséptico Proheal. Teste clínico randomizado. PróteseNews 2019; 6(3):296-304.

Koutouzis T. Implant‐abutment connection as contributing factor to peri‐ implant diseases. Periodontology 2000. 2019; 81:152–166.

Pia-Merete J-S, Jepsen S, Johren P, Mericske-Stern R, Enkling N. Internal bacterial colonization of implants: association with peri-implant bone loss. Clin Oral Imp Res 2014;26:957-963.

Sasada Y, Cochran DL. Implant-Abutment Connections: A Review of Biologic Consequences and Peri-implantitis Implications. Int J Oral MaxIllofac Implants 2017;32: 1296–1307.

Silva Jr. JA, Wassall T, Ramalho SA, De Brito Jr, RB. Avaliação da resposta tecidual a uma pasta de iodofórmio aplicada na câmara interna de fixações osseointegráveis. RGO. 2006;54(1):21-26.

Trindade R, Albrektsson T,Tengvall P, Wennerberg A. Foreign body reaction to biomaterials: on mechanisms for buildup and breakdown of osseointegration. Clin Implant Dent Relat Res 2016;18(1):192-203.

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